quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Inauguração do Laboratório de Geografia Eidorfe Moreira - (LAGEM) / CCSE / UEPA.

        Os professores e os discentes do curso de Geografia da Universidade do Estado do Pará, a partir do dia 14 de novembro de 2017, com a inauguração do Laboratório de Geografia Eidorfe Moreira (LAGEM), no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE/UEPA), passaram a contar com um novo espaço de pesquisas e estudos referentes ao georeferenciamento, geoprocessamento e a cartografia.
      Resultado dos esforços conjuntos da coordenação do curso, direção de centro, da gestão superior da Universidade e da Câmara dos deputados, na figura do deputado Carlos Bordalo. Uma conquista que proporciona um novo caminho a geografia e, principalmente, a cartografia no Estado do Pará. O que era uma necessidade e um sonho acadêmico, profissional e inclusive, social, tornou-se realidade.
                                                            [ Fonte: GEOCAM, 2017]
        A cartografia se apresenta como essencial à diversos estudos e em diversas áreas do campo científico. Notoriamente, trata-se de uma ferramenta fundamental para se pensar e compreender criticamente acerca das pluralidades espaço-territoriais do Pará, da Amazônia e do Brasil. Com isso,  a cartografia da UEPA, tende a se solidificar em um nível estadual e nacional, tornando-se uma referência na área.

        O nome do Laboratório homenageia um dos principais pensadores da década de 50, do Estado do Pará. Eidorfe Moreira, nascido na Paraíba, em 1912, logo aos 2 anos de idade se mudou para Belém e a partir disso trilhou uma bela trajetória acadêmica, profissional e social. Com uma formação que transita pelo direito, economia, política, é apontado como uma das bases para se compreender a complexidade da região amazônica e como um dos maiores contribuintes a geografia paraense.
        Para o Professor e Coordenador do Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia (GEOCAM), Carlos Jorge Nogueira, com sólida trajetória em estudos cartográficos,  é um momento de se alegrar e prosseguir o trabalho:
"Sem dúvidas, enquanto geógrafo e cartógrafo, estou muito feliz com essa importante conquista. É algo que sonhamos a bastante tempo.  A partir disso poderemos fazer muito mais, conseguiremos ampliar e qualificar os estudos que já estão se desenvolvendo (...) poderemos criar e seguir novas perspectivas. É uma grande conquista e não devemos esquecer dessa data. Não só a geografia, mas sim a “Uepa”, como um todo, a sociedade paraense.”.

                                                        [ Fonte: GEOCAM, 2017]
     Ainda de acordo com o Coordenador do GEOCAM, o grupo de pesquisas, agradece a oportunidade de no início desse projeto ter participado e garante que isso será prática frequente:
“ Nós do GEOCAM, não podemos deixar de agradecer a oportunidade de ter participado da inauguração direta e indiretamente desse projeto. Produzimos para tal um mapa especial (...) um mapa da Amazônia, suas paisagens e suas dinâmicas territoriais. É muito gratificante vê-lo na parede do laboratório.  De nossa parte, garantimos que a parceira está fechada e ajudaremos no que for preciso”.
 [ Mapa produzido pelo GEOCAM]
         Para Daniel Sombra, professor de Geografia da Instituição, é um momento de ter novos olhares, agradecer e unir forças em busca de um aperfeiçoamento:
“ Em tempos de crises, de cortes de investimentos, ter um laboratório com bons materiais, como é o nosso caso,  é motivo de alegria e de agradecimento. Eu parabenizo a todos os envolvidos, a cada esforço feito (...) gestões, coordenação, direção, docentes e discentes. Estão todos de parabéns! (...) É de se comemorar!  Agora iniciamos um novo caminho, precisamos unir forças, deixar de lado divergências e pensar no nosso curso de geografia, na comunidade acadêmica, na sociedade paraense e amazônida”.
                                                                 [ Fonte: GEOCAM, 2017]
           Além disso, de acordo com o professor Daniel, as aulas se tornarão mais completas e eficazes:
“ Para além dos produtos cartográficos, como mapas, base de dados, não podemos esquecer de um dos maiores ganhos: a sala de aula. Agora os futuros geógrafos (...) os geógrafos em formação, terão um local pra prática, não somente a parte teórica (...) isso, sem dúvidas, significa um ganho qualitativo incalculável “.

O LAGEM é formado por produtos de elevada qualidade, como móveis confortáveis,  15 computadores completos, que possibilitam a instalação e o manuseio dos  melhores softwares da atualidade, assim como um retroprojetor que tornarão as aulas mais dinâmicas e permitirão a criação de produtos de elevada qualidade, além de oferecer oportunidades de realização de pesquisas de alto padrão.
                                                          [ Fonte: GEOCAM, 2017]
Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia (GEOCAM);

Belém - Pará, 2017.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A IMPORTÂNCIA DO CIRCUITO RURAL-URBANO DOS TRANSPORTES PARA A ECONOMIA DE IGARAPÉ-AÇU

Nos dias 31 de outubro e 1 de novembro, o Prof. Carlos Jorge N. de castro, líder do Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia – GEOCAM, auxiliado pelos pesquisadores do grupo J. Filho e Nonato Gonçalves, percorreram diversas localidades dos municípios de Igarapé-Açu, Maracanã, Marapanim e Magalhães Barata com o objetivo de identificar as rotas dos transportes (ônibus, micro-ônibus e vans) que integram-se por fluxo com a cidade de Igarapé-Açu.
                                 Fig. 01 - Ônibus Transporte Rural-Urbano na Estrada do Prata.
                                         Fonte: Geocam, 2017.
Em uma etapa anterior a esse trabalho de campo, nos dias 04 e 11 de setembro foi feito um levantamento prévio com os motoristas/proprietários de ônibus que atendem as localidades rurais viabilizando um fluxo significativo em direção a sede do município. Ainda, nessa primeira atividade, foram coletados dados sobre essas rotas de ônibus, como: origem, destino, linha, proprietário, quantidade de ônibus, horário, identificação do ônibus e valor médio da passagem.
Entre as várias conversas informais com os agentes supracitados, destacamos a fala do Sr. Eneílson Nunes (filho do Sr. Enéas Simão), um dos proprietários da Empresa Miguel Tur, a maior do segmento no município de Igarapé-Açu:
“Os passageiros vêm à cidade para negociar algum produto produzido em seu terreno, vem receber aposentadoria; mas a maioria, vem mesmo é fazer compras em supermercados ou comprar algum produto para sua casa em loja. O que chama atenção, é que ao invés da gente presenciar por exemplo, grande volume de farinha para ser vendido na cidade vindo das localidades, se ver ao inverso, pessoas comprando farinha para abastecer ou sua família ou seu pequeno estabelecimento comercial” (Trecho extraído de conversa informal em 11/09/2017).
Após esse processo inicial, visitamos as localidades dos municípios inseridos nessa dinâmica de interações espaciais que reverbera em analisar e compreender a centralidade e influência econômica de Igarapé-Açu. 
Muito enriquecedor aos propósitos da pesquisa foram os relatos de alguns moradores da localidade de Marudazinho (Marapanim) que concedeu ao GEOCAM importantes relatos em entrevista, conforme a imagem a seguir: 
                                Fig. 02 - Entrevista na Comunidade de Marudazinho - Marapanim
                                          Fonte: Geocam, 2017.
De acordo com seus entendimentos geográficos, fez-nos compreender essa leitura e, também recuperar significativamente a história desse circuito que outrora contribuiu/contribui com a importância geográfica e econômica da cidade Igarapé-Açu nessa porção do Nordeste Paraense, conforme relatou o Sr. Antônio Melo, Agente de Saúde da Vila de Marudazinho município de Marapanim:
“Antigamente, segundo minha mãe, os moradores faziam sua produção local e iam à pés para vender em Igarapé-Açu, cortando caminhos e estradas. Depois, surgiram algumas embarcações, onde 03 (três) proprietários destas atendiam a comunidade via rio Marapanim. Em seguida, com a construção da ponte sobre o rio Marapanim entre Matapiquara e Cristolândia, extinguiu-se as embarcações que outrora faziam esse fluxo. Com isso, surgiram as rotas terrestres que partem para a cidade de Marapanim três vezes por semana. Mas, a nossa produção, o recebimento de aposentaria, as despesas do funcionalismo público, as compras, tudo é em Igarapé-Açu em decorrência da posição geográfica (...) as empresas que atendiam a comunidade com destino a Belém eram: São João, Trans Arapari, Estrela Azul, Modelo e Sucesso. Hoje, continua a Modelo, e para igarapé-Açu é Wall Transportes com dois horários, manhã e tarde” (Trecho extraído de conversa informal em 01/11/2017).
De acordo com o relato acima, percebemos a importância de Igarapé-Açu para essa localidade por oferecer melhor estrutura em relação a serviços e ao comércio. Também observamos a mudança da via de circulação em contextos diferentes. No primeiro momento, haviam conexões sem estrutura por meios de caminhos e estradas; depois temos rio como vetor de circulação; e hoje, destacamos as estradas pavimentas ou não, mas que oferecem maior dinâmica na economia local através dos transportes.
Na visitação, destacamos as localidades/comunidades de Porto Seguro, Tapiaí, Seringal, Livramento, São Luís, Curi, São Jorge do Jabuti/KM 18 e Santo Antônio do Prata (Igarapé-Açu); Vila São Benedito/KM 19 e Boa Esperança (Maracanã); Marudazinho e Matapiquara (Marapanim); Prainha e Arraial (Magalhães Barata), conforme a Representação Cartográfica a seguir:
                         Mapa 01  - Área de Abrangência do Circuito Rural-Urbano de Igarapé-Açu.
                                      Fonte: Geocam, 2017.
A partir dessas localidades partem as rotas de ônibus que interligam diretamente as mesmas com a cidade de Igarapé-Açu e, também atendem indiretamente outras inúmeras localidades espalhadas às margens das rodovias estaduais ou estradas vicinais adjacentes com conexão utilizando motocicletas, bicicletas e até canoas. 
                               Fig. 03 -  Trapiche na Comunidade de Porto Seguro - Igarapé-Açu.
                                          Fonte: Geocam, 2017.
Merece destaque pela influência indireta a cidade de Magalhães Barata reforçando e consolidando esse circuito rural-urbano mostrando que a influência de Igarapé-Açu excede seus limites territoriais.
Por falar nos percursos das rodovias e estradas, observamos e ao mesmo tempo fazendo uma análise preliminar sobre as transformações espaciais que vem sofrendo a paisagem regional. Nesse processo, principalmente na área de abrangência de Igarapé-Açu, destacamos o intenso cultivo do dendê, cultura que vem monopolizando as atividades agrícolas da região, deixando em um patamar secundário, a pimenta-do-reino, a pecuária e as culturas de subsistência. 
                            Fig. 04 - Vias de Dendê no Espaço Agrário de Igarapé-Açu.
                                         Fonte: Geocam, 2017.
No entanto, essa é uma discussão que será abordada em outro momento quando retomaremos a análise com novas percepções sobre a expansão e territorialização da dendeicultura com ênfase nas Transformações Espaciais abarcado pelo Sistema Produtivo do Dendê, objeto de pesquisa de J. Filho; as Transformações no Circuito Produtivo das Comunidades Pesqueiras, com objeto de pesquisa de Nonato Gonçalves; e do Sistema de Transporte Rural-Urbano nos Municípios da Região de Integração do Guamá,  conforme o Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, subprograma PIBIC-FAPESPA-2017, que tem como proponente, Carlos Jorge N. de Castro.
                                 Fig. 05 - Equipe de Campo na Comunidade de Prainha - M. Barata.
                                         Fonte: Geocam, 2017.
As visitas nas comunidades citadas acima, possibilitou um outro olhar sobre as dinâmicas presentes nos municípios de Igarapé-Açu, Magalhães Barata, Maracanã e Marapanim, obviamente outros fenômenos e processos estão em curso e metamorfoses. Mas certamente, são possíveis de serem desvelados pela prática de pesquisa de campo, e este é o projeto do Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia.
Fonte: GEOCAM

AMAZÔNIA: CARTOGRAFIA E ANÁLISE DIDÁTICA DO ESPAÇO AGRÍCOLA

A Revista InterEspaço, organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO), e do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Geo...