segunda-feira, 28 de outubro de 2019

PROJETO CARTOGRÁFICO E A PESQUISA: A IMPLEMENTAÇÃO DA ESCRITA GRÁFICA NOS PRINCÍPIOS GEOGRÁFICOS E O TRIPÉ GEOGRAFIA - CARTOGRAFIA - GEOINFORMAÇÃO

No último dia 17 de outubro de 2019, a conceituada InterEspaço - Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO), e do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas/Geografia, do MEIO-NORTE; apresenta no seu volume 5, número 17, o artigo: PROJETO CARTOGRÁFICO E A PESQUISA: a implementação da escrita gráfica nos princípios geográficos e o tripé Geografia – Cartografia – Geoinformação, tendo como responsável o líder do Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia (Geocam), o Geógrafo professor Me.  Carlos Jorge Nogueira de Castro (Geografia-Uepa), que realiza em sua abordagem o resgate da importância da elaboração, estruturação, e desenvolvimento do projeto cartográfico específico na pesquisa em Geografia, como importante ponto de pauta das discussões envolta da Geografia e Cartografia no contexto amazônico.
Ressalta-se que a InterEspaço - Revista de Geografia e Interdisciplinaridade (ISSN 2446-6549), consiste em divulgar a produção geográfica do Maranhão, de outros estados e do exterior, bem como publicar trabalhos nas áreas da História, Sociologia, Filosofia, Educação, Psicologia, Turismo, Ciências Ambientais e temáticas inter/multi/disciplinares. Encontra-se vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas Geográficos e Interdisciplinares (Campus de Grajaú), em sinergia com o Núcleo de Estudos Sociedade e Cultura na Amazônia Oriental - NESCAO (Campus de Imperatriz), vinculados à Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a mesma tem periodicidade quadrimestral, a submissão de trabalhos e a publicação são contínuas – a partir de 2017.

PROJETO CARTOGRÁFICO E A PESQUISA: a implementação da escrita gráfica nos princípios geográficos e o tripé Geografia – Cartografia – Geoinformação.
Carlos Jorge Nogueira de Castro
Doutorando do Programa de Pós-graduação em Geografia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) Geógrafo. Professor de Cartografia do Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade
do Estado do Pará (UEPA), Campus Universitário de Igarapé-Açu. Pesquisador do Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia (GEOCAM). E-mail: carlosjorge319@gmail.com  ou grupo.geocam@gmail.com
Sinopse.
O artigo aborda os avanços tecnológicos do cenário atual, no campo da geoinformação e das representações cartográficas, utilizadas em Geografia sob os preceitos da Cartografia. Porém, ao iniciar o artigo três provocações são expressas, sendo elas: em que medida há de fato elaboração cartográfica em meio a estas representações cartográficas na atualidade? Quais parâmetros da clássica fundamentação cartográfica estão sendo empregados nestas representações? Há consciência no efetivo emprego da escrita gráfica, com fundamentação nos parâmetros cartográficos, correlacionando Cartografia – Geografia - Geoinformação? Neste contexto, aflora a discussão encamisada por Rodolpho Pinto Barbosa, publicado na Revista Brasileira de Geografia (RBG) quando em 1967, colocou em pauta a necessidade do debate acerca do método em Cartografia.
No decorrer da discussão, os fundamentos da Cartografia são debatidos, pois estes se consolidaram há mais de 50, e são resgatados no artigo. Considerando mensurar o grau de autonomia científica e técnica aferidas com os avanços do século XXI e a aplicação de técnicas e artes utilizadas na escrita gráfica em Cartografia.  No bojo, deste enredo, o leitor poderá contar com o debate que alicerça a introdução da Ciência da Geoinformação no mundo, e a sua chegada nos centros de pesquisas brasileiros, em Câmara, Monteiro (2001), e Câmara, Davis, Monteiro (2001); também encontram-se dispostos as principais operações com múltiplos usos dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), consubstanciando elementos importantes no processo de leitura no espaço geográfico, da região de estudo.
A ampliação da pauta, conta com a aproximação do diálogo científico, alicerçado no tripé: Geografia – Ciência da Geoinformação – Cartografia, que já havia sido proposto por Castro (2012) quando as primeiras noções de Projeto Cartográfico haviam sido incorporadas e aplicadas ao Transporte Público de Passageiros, por Ônibus Urbanos, de Belém e Região Metropolitana (RMB), e que nos últimos anos apresenta-se como tendência em consolidação, estas encontram-se nas pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Estudo e Observação Cartográfica da Amazônia (Geocam), onde  seus pesquisadores seguem planejamentos estratégicos no desenvolvimento de seus temas. 
Ao ler o artigo, os profissionais e acadêmicos, encontrarão as sínteses das discussões realizadas com frequência pelo professor Carlos Jorge N. de Castro, quando em atuação nas turmas de licenciatura plena em Geografia da Universidade do Estado do Pará (UEPA); este debate aflora principalmente envolta das disciplinas: Introdução à Cartografia, Geoprocessamento e Interpretação de Imagens, Cartografia Aplicada ao Ensino de Geografia; bem como nos procedimentos realizados na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Além da Introdução, o artigo: GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA: caminhos iniciais do conhecimento Técnico-Científico-Artístico, possui as seguintes sessões:
• GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA: caminhos iniciais do conhecimento Técnico-Científico-Artístico.
• PROJETO CARTOGRÁFICO: princípios geográficos em Sistemas de Informação Geográfica (SIG’s) e sua representatividade na pesquisa.
• CARTOGRAFIA E GEOINFORMAÇÃO: da implementação à escrita gráfica, análise urbana da Região Metropolitana de Belém.

Dentre os resultados encontrados, a Representação Cartográfica apresentada expressa o estágio de crescimento urbano dos municípios pertencentes à Região Metropolitana de Belém. Quanto à análise da relação rural x urbano, adotaremos para a análise a possibilidade do uso hidrográfico como espaço propenso às relações de reprodução do espaço rural.
Em síntese, com a aplicação do Projeto Cartográfico obteve-se o percentual de 9,27% da Região Metropolitana de Belém possui elementos da estrutura urbana. Mesmo parecendo ser pequeno, esse percentual corresponde a 331,1 Km² de área efetivamente urbana. No outro extremo, há no espaço metropolitano, características outras nos 90,73% do seu território, as quais podem ser abordadas pelos demais campos de estudo.
Contudo, no artigo a metodologia construída visa integrar metodologias próprias da cartografia que devem ser devidamente incorporadas nos projetos de pesquisas, dando suporte e sustentação a análise de dados, informações, reflexões e análises.

CONCLUSÕES
Neste ensaio, apontamos para a necessidade de maiores esforços para a compreensão da Região Metropolitana de Belém (RMB) além do horizonte do crescimento urbano. A geografia com o aporte cartográfico ainda tem muito a contribuir para o entendimento da dinâmica regional. 
Por fim, a questão se agrava quando o termo cartografia é tomado sem a fundamentação por outras ciências, dificultando ainda mais o processo de articulações científicas. Esta inobservância tem custado caro à Geografia até os dias atuais. Assim, o retorno aos métodos cartográficos, principalmente relacionados a escrita gráfica, certamente melhor subsidiará os projetos de pesquisa, o ensino, e às práticas correlatas da geografia.

ARTIGO COMPLETO
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Link da Publicação: 
Texto: Geocam - Uepa (2019).

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

DIÁLOGOS COM A PESQUISA: A produção Desigual do Espaço Urbano como Condicionante da Violência Urbana na Cidade de Castanhal.


Pesquisador - Sérgio Lima da Silva Junior[1]


A violência e a criminalidade fazem parte do cotidiano urbano da maioria das cidades brasileiras, antes o que se restringia aos grandes centros urbanos, agora faz parte da realidade das pequenas e médias cidades do Brasil. O município de Castanhal passou a integrar a Região Metropolitana de Belém (RMB) em 2011 através da LCE n° 076/2011, e nos últimos anos tem vivido uma realidade similar a essa, onde se verifica que as taxas de criminalidade vêm crescendo progressivamente, e como uma das consequências, observa-se que a população apresenta uma sensação de medo e insegurança constante.

Nesse contexto, as sucessivas análises ao longo de 2014 a 2017 resultaram na robustez encontrada no trabalho intitulado: “A produção Desigual do Espaço Urbano como Condicionante da Violência Urbana na Cidade de Castanhal”, apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Geografia, pelo pesquisador Sérgio Lima da Silva Junior, onde apresentou essa problemática utilizando conceitos de urbano e de violência como unidades analíticas para uma possível compreensão desse processo que vem produzindo nas cidades brasileiras espaços de subversão e do medo.
Este foi o cenário da pesquisa de Sérgio Lima da Silva Júnior, formado em Geografia, no Campus Universitário de Igarapé-Açu (Campus – X) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), apresenta uma ampla leitura sobre o espaço urbano e a violência na cidade de Castanhal, a qual pertence a Região Metropolitana de Belém (RMB) e ao mesmo tempo que polariza outros 13 municípios atrelados em sua Região Imediata, a de Castanhal. A pesquisa de Silva Jr, teve como orientador o geógrafo Carlos Jorge Nogueira de Castro, representante do GEOCAM, que fez o convite para socialização da pesquisa desenvolvida por Silva Jr, nesta página.
A atuação de Sérgio Lima da Silva Júnior no Projeto de Pesquisa: “Território, Rede e Violência: agentes territoriais e os homicídios nas cidades de Belém, Ananindeua, Marabá, Parauapebas, Macapá e Palmas” coordenado pelo professor Dr. Clay Anderson Nunes Chagas (UEPA e UFPA) possibilitou maior aproximação com a temática violência urbana; este projeto teve financiamento público e foi executado durante os anos de 2015 e 2017. Neste interim, Silva Júnior, integrou a equipe do Projeto de Extensão: “Produção e Análise da Informação Cartográfica em Segurança Pública” também certificado pelo professor Dr. Christian Nunes da Silva (UFPA-NUMA), sendo executado nos anos de 2016-2017. Assim, ao fim de 2017, sua pesquisa se debruça em compreender estes fenômenos na realidade urbana da cidade de Castanhal.

Espaço Urbano e Desigualdade

No primeiro momento do trabalho, Silva Jr, discute a relação dialética do espaço, enquanto, produto e produtor das desigualdades para compreender a forma que esse espaço urbano é produzido e o que torna esse processo desigual. 
Como bem coloca o autor:

“Inicialmente pretendemos discutir acerca da dialética do espaço enquanto produtor e produto das desigualdades. Enfatizaremos também as ações e táticas empreendidas pelos agentes de produção e reprodução do espaço urbano, de forma que possamos identificar as principais estratégias utilizadas por esses agentes na materialização do espaço urbano/cidade vista como lócus da acumulação do capital.” (SILVA JR, 2017).


Entende-se que a pesquisa trata-se especificamente da produção do espaço urbano moldado/forjado sob a concepção capitalista, que se materializa de forma desigual, atendendo os interesses hegemônicos de determinados agentes de produção espacial, onde esse espaço é visto como mercadoria e a cidade objetiva como palco de acumulação do capital.
Na medida em que o espaço urbano é produzido paralelamente materializam-se as desigualdades socioespaciais nesse espaço. Essas desigualdades são resultados do processo que se condiciona aos interesses dos agentes de produção, no qual aqueles que detêm maior poder aquisitivo podem usufruir dos privilégios que a cidade oferece.

Nesse contexto, Silva Jr. enfatiza os agentes de produção do espaço urbano, dando importância a papel que esses exercem dentro desse processo, onde a forma do urbano se materializa de acordo com seus interesses. Os espaços serão produzidos para atender agentes específicos que comandam esse processo de produção, caracterizando assim a fragmentação e articulação do espaço urbano.

O Fenômeno da Violência Urbana na Cartografia de Castanhal

Mediante a análise desse processo de relações da produção espacial, o autor propõe uma alternativa de discutir a violência urbana no campo dos dilemas da organização do espaço urbano, e assim refletir de que forma a produção do espaço urbano está influenciando na dinâmica da criminalidade violenta na cidade de Castanhal-PA.
Com base no exposto, entende-se que processo de produção do espaço urbano atrelado a interesses do capital e a determinados grupos sociais, engendra diferentes espacialidades. Sendo assim, o trabalho apresentado almejou, por meio dos objetivos abaixo, responder a problemática apresentada no decorrer de toda a pesquisa.
Objetivo Geral da pesquisa busca analisar de que forma as relações de produção desigual do espaço urbano atuam como condicionante da violência urbana na cidade de Castanhal. E de forma mais específica, o pesquisador busca entender a partir do processo de produção desigual do espaço urbano a correlação entre a violência urbana e as desigualdades socioespaciais; e para isso, sua investigação sobre o urbano e a violência como unidades de análise e recursos analíticos da Geografia, são necessários para a compreensão das questões referentes à problemática da violência urbana. Objetivando realizar a sobreposição da cartografia da criminalidade urbana da cidade de Castanhal que compreende as áreas de vulnerabilidades.
Os pontos norteadores utilizados por Silva Jr configuram-se na metodologia direcionada na pesquisa em questão, onde primeiramente caracterizou-se pelo levantamento bibliográfico, onde se fundamentará o campo teórico do trabalho.
Em seguida, o trabalhou apresentou o processo de pesquisa empírica, onde permitiu a reflexão entorno das ideias, hipóteses e problemática relacionadas ao nosso objeto de estudo, essa etapa subsidiou o caráter quantitativo da pesquisa que conjuga várias fontes de dados.
Outras fontes, subsidiaram a análise do pesquisador, tais como, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), Prefeitura Municipal de Castanhal, Secretaria de Segurança Pública (SEGUP), Sistema Integrado de Segurança Pública (SENASP).
As informações da Secretária de Segurança Pública (SEGUP) referem-se aos índices de homicídios que ocorreram na cidade de Castanhal-PA entre os anos de 2014 a 2015. Esses dados foram fornecidos em formato de pontos de ocorrências, isso possibilitou a produção cartográfica com método de análise espacial de hot spots (manchas críticas ou áreas quentes).
Esse método possibilitou a identificação de conglomerados de bairros com alta concentração de homicídios. Por meio da cartografia produzida, foi feito um acervo fotográfico que busca relatar as referidas características dos bairros que registraram altos níveis de concentração.
Com a produção cartográfica identificou-se que as áreas onde ocorrem os maiores registros de ocorrências no número de homicídios tem sido palco e vivenciado por indivíduos em situações críticas em relação aos demais lugares da cidade, dessa forma, alinhou-se a discussão da hipótese inicial, onde se pensou que a produção desigual do espaço age como uma das condicionantes dos homicídios na cidade.

Considerações

Para o autor, Sérgio Lima da Silva Jr, é válido ressaltar que a cidade de Castanhal não deve ser visto como um lugar mítico do caos, mas como parte de um processo de construção de práticas sociais onde o que sobressai em uma primeira análise, são as profundas injustiças e desigualdades que engendram as mortes quase sempre de categorias sociais dominadas, vivendo, trabalhando ou circulando nesses lugares mais pobres.
A pesquisa de Silva Jr, apresenta-se com importante destaque no cenário da cidade de Castanhal, onde com destreza discute o espaço urbano da cidade que em 2014 contabilizou 83 dos 87 homicídios registrados no município, e no ano seguinte o registro alcança 106 homicídios dos 117 registrados. Decerto, a pesquisa demanda de atualizações, porém apresentam caminhos sólidos e pavimentados da análise criminal aliada ao afiado projeto cartográfico desenvolvido pari passu as reflexões do autor, o que resultou em uma importante contribuição da geografia para a sociedade castanhalense e região.
Texto: Geocam (2019)



[1] Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4084068004864752

AMAZÔNIA: CARTOGRAFIA E ANÁLISE DIDÁTICA DO ESPAÇO AGRÍCOLA

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