O vídeo apresenta elementos iniciais do processo de inserção de desenhos escalonados em Sistemas de Informação Geográfica (SIG's) tendo ao mesmo tempo, um caráter técnico com a finalidade de uso didático pelos professores de Geografia, quando no processo ensino e aprendizagem. Para melhor ilustrar os procedimentos, foram analisados os resultados da produção, em toneladas, do cultivo de Dendê no ano de 2017, nos 14 municípios que compõem a Região Geográfica Imediata de Castanhal.
Diante ao exposto, o vídeo tem compromisso com a pesquisa apresentando elementos iniciais, porém significativos e necessários ao processo de leitura do espaço geográfico, no contexto agrícola. O mesmo, apresenta pretensões de ser um instrumento didático e pedagógico na estrutura do plano de desenho que compõem o Projeto Cartográfico pensado para o desenvolvimento da pesquisa, que encontra-se no estágio inicial.
DIÁLOGOS COM A PESQUISA
Para João Barros Filho pesquisador membro do Grupo Geocam discute A Expansão da dendeicultura no nordeste paraense: a territorialização da Palmasa no município de Igarapé-Açu.
Para a compreensão dos processos inerentes ao sistema produtivo do dendê e sua dinâmica nas relações com a agricultura familiar, bem como no impacto socioeconômico no município de Igarapé-Açu, Nordeste Paraense, Barros Filho e Costa (2015) afirmam que tais transformações ocorrem, principalmente, a partir da implantação e territorialização da Palmasa, na aquisição e uso terras voltadas, inicialmente ao cultivo de pimenta-do-reino e frutíferas diversas, depois direcionado à produção dendeícula, potencializada por incentivos/investimentos públicos visando maior participação em um cenário econômico mais competitivo. Por outro lado, essa lógica reverberaria em significativas mudanças na paisagem e também no modo de vida dos agentes campesinos, mostrando suas possibilidades e contradições no espaço agrário local.
Nesse contexto, os autores supracitados enfatizam a dendeicultura na Amazônia, onde o Pará está em posição geográfica e econômica privilegiada, elevando o mesmo ao patamar de maior produtor nacional de dendê. Nesse cenário, o Nordeste Paraense merece destaque, pois desfruta dos condicionantes e potencialidades naturais e territoriais necessários a produção de óleo de palma. Daí o surgimento de grandes grupos econômicos voltados, em primeiro momento, ao setor alimentício, e em seguida, galgando o mercado exterior na produção do biodiesel como fonte energética, remetendo a esta região, conforme Castro (2017) o padrão intermediário de ocupação “estrada - terra-firme – solo”.
Reforçam ainda que, a Palmasa, empresa com mais de trinta anos desde sua implantação, vem mostrando força e com isso busca manter-se competitivo no mercado alavancando e agregando valor a sua produção através da verticalização. Por outro lado, a agricultura do município de Igarapé-Açu, desfavorecida em âmbito setorial, convive com incertezas devido ao aporte inferior de investimento e políticas públicas. Dessa forma, nessa parcela territorial, da Região Geográfica Imediata de Castanhal, é nítido que o sistema produtivo do dendê é visivelmente beneficiado, devido ao apelo “sustentável” que incorpora os aparatos financeiros e técnicos para a estabilidade dessa monocultura.
Bibliografia
CASTRO, Carlos. “BELÉM: da Formação da Cidade à Atuação dos Agentes do Sistema de Transporte Urbano.” Em Belém dos 400 anos: Análises Geográficas e Impactos Antropogênicos, por Christian Nunes da Silva, Luziane Mesquita da Luz, Franciney Carvalho da Ponte e José Edilson Cardoso Rodrigues, 275-296. Belém: GAPTA-UFPA, 2017.
CASTRO, Carlos. PROJETO CARTOGRÁFICO E A PESQUISA: a implementação da escrita gráfica nos princípios geográficos e o tripé Geografia – Cartografia – Geoinformação. Revista de InterEspaço, v. 5, p. 38-53, 2017.
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/interespaco/article/view/12337
BARROS FILHO, João de Souza; COSTA, José Adrielson dos Santos. A Expansão da dendeicultura no nordeste paraense: a territorialização da Palmasa no município de Igarapé-Açu, 2015. 106 pág. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura Plena em Geografia) – Universidade do Estado do Pará, Igarapé-Açu.
Texto - Geocam (2020)
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