No dia 29 de setembro de 2021, ocorreu nas dependências do Campus Universitário de Igarapé-Açu da Universidade do Estado do Pará (UEPA - Campus X) o primeiro TRAÇOS CARTOGRÁFICOS, abordando o tema: GRUPO GEOCAM E AS PESQUISAS DE GEOGRAFIA NA REGIÃO GEOGRÁFICA DA CASTANHAL.
O evento foi realizado pelo Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia (GEOCAM), e contou com apoio da Coordenação do Campus de Igarapé Açu e de seu gestor o Geógrafo Prof. Dr. Rodrigo Rafael Oliveira; da Rádio Companheira FM 87,9 de Igarapé-Açu; contou com forte apoio do Geógrafo Doutorando Madson José Nascimento Quaresma.
APRESENTAÇÃO DA PESQUISA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
GEOGRAFIA DA CIRCULAÇÃO: AS DINÂMICAS ECONÔMICAS NO BAIRRO CENTRO DE CASTANHAL-PA
Valério Damasceno
A pesquisa analisa a importância do bairro Centro de Castanhal, na atualidade, para o próprio município e entorno, no que se refere às relações econômicas, direcionadas ao comércio atacado-varejista; sob o aporte teórico-conceitual de Milton Santos (2012), buscou compreender os circuitos da economia urbana, sob análise dos principais aspectos da formação socioespacial de Castanhal.
Através da utilização de cartogramas desenvolvidos específicos para análise de campo, foram identificados os principais estabelecimentos econômicos atuantes no bairro Centro de Castanhal.
A pesquisa progride espacializando a disposição destes estabelecimentos comerciais, que vão dinamizar o espaço econômico local. Identificando e representando os principais estabelecimentos das atividades econômicas no Centro da cidade, bem como as instituições que de alguma forma dão suporte a eles.
DIÁLOGOS COM A PESQUISA
GEOCAM E OS PROJETOS DE PESQUISA NA REGIÃO GEOGRÁFICA IMEDIATA DE CASTANHAL
Carlos Jorge Nogueira de Castro
No segundo momento do TRAÇOS CARTOGRÁFICOS o docente de Cartografia Prof. Dr. Carlos Jorge N. de Castro (UEPA - Igarapé-Açu) apresentou o portfólio de pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia resgatando a trajetória de atuação na pesquisa a partir da institucionalização do grupo no dia 15 de maio de 2017.
Segundo o professor, a leitura Cartográfica desenvolvida sob o espaço geográfico amazônico a partir dos cinco campos de atuação; momento pelo qual as pesquisas desenvolvidas pelos demais pesquisadores do Grupo foram apresentadas.
Os projetos de pesquisa desenvolvidos pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESP) através do Programa Institucional de Bolsa Iniciação Científica (PIBIC).
A abordagem do prof. Carlos Jorge iniciou com a apresentação dos Projetos Cartográficos e as metodologias geográficas e cartográficas aplicadas, ressaltando que o primeiro momento da pesquisa conduzida no Grupo Geocam consiste na definição do recorte espacial.
Nesse momento, os pesquisadores realizam os procedimentos de base, dentre eles o fundamental: o Processo de Regressão Analítica sobre a Malha Territorial da Pesquisa, esse procedimento evita que as pesquisas sofram Anacronismos Cartográficos, reduzindo o Abismo Geográfico e Cartográfico.
A partir destes procedimentos é possível superar lacunas, viabilizando sólidos avanços procedimentais na compressão de feixes sociais como debate o Geógrafo Milton Santos. Pois, sobre as Formas, elas são constituídas de frações sociais e possuem conteúdos próprios da configuração existente. A macrorregionalização brasileira estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o professor apresenta o comportamento cartográfico no estado do Pará, com foco nos municípios da região de atuação do Grupo Geocam, utilizando das duas últimas regionalizações (Mesorregiões e Microrregiões Geográficas, de 1989), conforme representações cartográficas:
O momento de maior interação palestrante público presente ocorreu quando o professor Carlos Jorge Castro, “pinça” um adormecido debate na Geografia e contextualizando com os equívocos de interpretação sobre a Mesorregião Nordeste Paraense.
"Reproduzida pelas mídias locais, jornais regionais, artigos, atlas, livros dentre outras publicações, é comum acreditar que Castanhal é a principal economia do Nordeste Paraense (compreendida pela mesorregião). Contudo, essa afirmação encontra-se em abissal equívoca, e precisa ser corrigida. Gerações escolares foram formadas e des-orientadas sob este equívoco de interpretação cartográfica, e ainda que a regionalização não mais seja oficial, é importante que a Geografia Paraense tome nota e inicie um processo de correção deste erro em suas pesquisas".Carlos Castro (2021)
Assim, a Cartografia delineia pontos de correções interpretativas com uso do recurso cartográfico e geográfico reposicionando a interpretação regional.
"Pois, a Microrregião de Castanhal, contendo os seguintes municípios: Castanhal, Bujaru, Inhangapi, Santa Isabel do Pará, e Santo Antônio do Pará (IBGE, 1990, p.26); não esta, e nunca esteve ao longo dos últimos 32 anos, vinculada à Mesorregião Nordeste Paraense".
Carlos Castro (2021).
O DIÁLOGOS COM A PESQUISA prossegue e o professor apresenta as principais motivações que levaram ao grupo Geocam institucionalizado em 15 de maio de 2017, surge no momento em que a nova Divisão Regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias (IBGE, 2017).
Onde o Estado do Pará apresenta seguinte configuração:
A adoção destes recortes viabiliza sólidos avanços na compreensão de feixes sociais (SANTOS, 2012). Assim, a adoção da Região Geográfica Imediata de Castanhal, que apresenta coerência a partir das suas relações e integrações, conforme a representação:
Para o pesquisador Nonato Gonçalves, o projeto cartográfico foi de fundamental importância para o adequado reconhecimento da formação do município de Magalhães Barata, resultado da fragmentação territorial do município de Maracanã (Cintra) e do município de Marapanim.
No momento seguinte o pesquisador João Barros Filho, apresentou a importância do planejamento das atividades do Grupo Geocam, com reuniões com estratégias para Expedições de Campo, Projetos Cartográficos, Cursos de Mapeamento & Geoprocessamento, como elementos fundamentais para o reconhecimento das dinâmicas no campo de Igarapé-Açu e região, principalmente os municípios do Circuito do Transporte Rural-Urbano.
Acompanhando o azimute dos Projetos Cartográficos desenvolvidos para análise do Transporte Rural-Urbano, o pesquisador Francisco Lopes ampliou o debate na escala da circulação econômica vinculada à centralidade de Castanhal e sua expressão aos nove municípios identificados através de suas rotas.
No desenvolvimento deste Projeto Cartográfico foram identificadas 23 comunidades diretamente assistidas em Castanhal, e demais municípios integrados pelo Transporte Rural-Urbano.
No encerramento das amostras de pesquisas desenvolvidas pelos pesquisadores do Grupo Geocam, o pesquisador Felipe Melo apresentou a periodização que ajuda a compreensão do processo de formação territorial dos municípios hoje pertencentes a Região Geográfica Imediata de Castanhal. Apontando que a maioria destes municípios tiveram sua origem a partir do desmembramento de Belém (Bethlém) e/ou dos municípios costeiros (oceano atlântico) na região.
Na sequência, a proposição posta ao debate foi da necessidade do reconhecimento desses processos de formação territorial distribuídos a partir de 1705 com Surgimento dos primeiros Núcleos Urbanos; 1801-1900 com Ampliação dos Núcleos Urbanos; 1901-1950 com Desenvolvimento das Cidades; 1951-2000 com a consolidação das Cidades hoje pertencentes a R.G. Imediata de Castanhal.
Na oportunidade, o pesquisador apresentou aspectos da educação na região em questão, apresentando o delicado cenário do quantitativo de escolas que tiveram as suas atividades encerradas nos municípios da R.G. Imediata de Castanhal, utilizando dados do INEP* ao qual apresenta o quantitativo de escolas fechadas (com atividades encerradas) nos últimos 10 anos (2010-2019) por município.
Finalizando, o pesquisador Felipe Melo frisou que Maracanã encerrou 35 unidades escolares em dez anos, e que isso deveria compor um amplo debate para compreender onde estas escolas estão sendo desativadas, no campo ou na cidade.
Ao término da programação o professor Carlos Jorge Castro agradeceu aos pesquisadores e reforçou a importância da Cartografia para Análise Geografia, para o entendimento do dinamismo da região, apontando que é estarrecedor que Maracanã tenha em uma década, desativado 35 escolas, e que é provável que a maioria delas estiveram (não existem mais) cumprindo seu papel social no campo. Aliás, há muitos agentes no dinamismo regional e que pesquisas futuras tendem a revelar mais elementos da R.G. Imediata de Castanhal.
Ao encerramento do evento ocorreu o pré-lançamento do Manual de Metodologia Cartográfica Aplicada, o mesmo foi desenvolvido no ambiente do Grupo Geocam envolvendo ações da pesquisadora graduanda Railana Oliveira. Na primeira tiragem, o manual foi apresentado para a comunidade acadêmica enquanto importante recurso paradidático nas disciplinas atreladas á cartografia. Nos, próximos 30 dias a equipe do grupo estará organizando o envio da certificação da comunidade presente no primeiro TRAÇOS CARTOGRÁFICOS.
* Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP); Organização Grupo de Estudos e Observação Cartográfica da Amazônia – Geocam (2020)
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